Tenho aplicado a lei que rege os Alcoólicos Anônimos: “só
por hoje”. Só por hoje eu não vou pensar em você. Só por hoje não vou mandar
uma mensagem no WhatsApp, mesmo que o status online pareça me convidar. Só por
hoje vou pensar no quanto eu chorei nos últimos meses. Só por hoje vou fazer o
que eu gosto. Só por hoje não vou falar de você para os amigos. Só por hoje.
Assim como você precisa lidar com alguns vícios, eu também
preciso. No meu caso, um único: você. Porque eu vivi meses apenas para o nosso
relacionamento. Perdoei inúmeras vezes, ofereci ajuda, fui contra meus
princípios, contra tudo e todos. Estive lá, me anulando, para poder nos salvar.
Para resgatar o que tínhamos no início. Mas, infelizmente, fracassei. O meu
vício foi mais forte e eu sucumbi a você.
Agora, tentando me livrar de ti, estou aqui, em síndrome de
abstinência. Sinto seu cheiro na rua, quero sentir o seu toque, quero falar a
todo momento. Estou perdida nessa minha rotina estranha, que há tempos deixou
de ser só minha. Não sei mais do que gosto, de quem gosto, do que me deixa
feliz. Escrevo para não adoecer, para não me afogar em mágoa e tristeza.
Percebo que imersa nesse vício me perdi de mim. Depositei
“fichas”, sentimento e expectativas. E por você não ter dado valor, agora
preciso voltar a mim. Ao que sempre fui, à minha estabilidade física e
emocional. Adoeci, pois o vício em te amar me consumiu. Ao mesmo tempo em que
eu amava, desconfiava. Ao mesmo tempo em que acreditava em você, algo me dizia
que eu iria me machucar.
E aconteceu. Portanto, só me resta juntar os cacos e me
livrar de vez desse vício. Seguir me recuperando, dia a dia. Afinal, livrando
de um vício, espero me ater a outro, dessa vez mais saudável e a fonte do
amor-próprio: eu. Só por hoje prometo me amar mais do que amei você.
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