Num primeiro momento, somos atraídos pela pessoa em vista de
sua aparência, da harmonia entre seus traços, seus gestos, seu sorriso.
O belo chama a atenção em todos os setores de nossas
vidas, sejam momentos, sejam objetos, lugares ou pessoas. No entanto, ponto
pacífico, a beleza por si só não se sustenta caso não se acompanhe de
essência, daquilo que não vemos, mas é essencial.
Na verdade, o tempo somente deixa que fique em nós
aquilo que nos toca o coração e a alma, de uma forma única e especial, e isso
não tem nada a ver com roupas de grife, móveis vitorianos ou olhos azuis. Tanto
é que, não raro, acabamos achando bonitas, com o passar do tempo, muitas
pessoas que de início não nos chamaram a atenção por sua aparência.
Isso porque o amor é uma coisa de dentro, algo que atravessa
o que há lá fora, adentrando pelos poros, instalando-se dentro de nós, sem avisar,
sem ser visto a olho nu. Nosso íntimo é assim mesmo, depende de atitudes,
daquilo que sentimos, do que nos fazem sentir, para muito além dos olhos. O que
nos toca fundo não é manipulado com os dedos, mas com
o envolvimento afetivo que paira além das aparências.
O mais importante, nisso tudo, é sabermos com segurança
aquilo que procuramos, bem como o que não queremos para nós. Se estivermos
conscientes de que não poderemos receber menos do que merecemos, de que temos
muito a compartilhar, a dividir, a somar, dificilmente traremos para junto de
nós quem só suga, quem mente quem não retorna nada. É preciso ver além do
que os olhos enxergam para perceber o que o outro tem a oferecer em
termos de verdade, de vontade de estar junto.
Precisamos levar sempre em conta a passagem do tempo, dos
anos, que levam embora à rigidez dos músculos, a firmeza da pele, a força da
coluna, além de muitos dos sonhos que acabam não se realizando. Porém, e isso
não há de se negar, aquilo que for verdadeiro, os sentimentos profundos, a
amizade, a cumplicidade e a ternura, isso ninguém nos rouba, nem o
tempo, nem a morte.
via: O
Segredo
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